11/01/2012

FIM DOS ESTADUAIS ??? TÔ FORA !!!





Amigo torcedor...



Se o ano não começou bem para muitos com a inesperada notícia da aposentadoria do goleiro Marcos do Palmeiras, que foi vencido pelas constantes dores que sentia pelo corpo todo devido ás contusões que colecionou ao longo da brilhante e vencedora carreira, que o obrigaram á deixar os gramados sequer programando sua despedida, eis que me deparo agora com uma outra polêmica que está dando o que falar, dividindo opiniões.

Em conversa com amigos de imprensa e fora dela, tenho notado que muitos estão se dividindo quando o assunto é Campeonato Estadual no início de cada temporada.
Alguns acreditam que por ser "romântico", o Estadual é muito bem vindo pelo torcedor apaixonado por seu clube e jamais poderá ser deixado de lado estufando o peito e dizendo que seu time é o melhor da cidade e coisa e tal.

Muitos querem o fim da competição regional, acreditando ser esse um torneio mequetrefe e que não se encaixa mais nos padrões atuais do profissionalismo que se encontra o futebol e que deveria sim ser extinto do calendário.

Para esses que são contra, eles alegam que os clubes deveriam aproveitar a pré temporada para excursionar pela Europa e ficarem expostos á vitrine do futebol mundial e claro, faturar com amistosos, ajudando e engordando os cofres que andam vazios ultimamente e isso ajudaria e muito.

Tenho notado á cada ano que realmente o Campeonato Paulista ( já que é aqui que atuo como repórter ) já não é mais o mesmo de outrora quando o Campeão enchia o peito e soltava aos quatro cantos que " Eu sou Campeão Paulista " o maior e melhor Campeonato Regional do Pais.

Hoje a competição é tratada como " Paulistinha " que é um campeonato que do "nada", te leva á coisa "alguma" em caso de conquista do título.

Copa do Brasil, Sul Americana e Brasileirão tem objetivos direcionados que é a Libertadores e são muito mais disputados e menos "enganadores" que os Estaduais que para muitos, escondem a verdade do futebol apresentado por muitos clubes ao início de cada ano.

Exemplo maior foi o Flamengo que foi campeão carioca invicto e patinou uma barbaridade no Nacional já que a dificuldade imposta pelos clubes da série A é muito maior que qualquer Rezende, Macaé, Americano de Campos ( com todo respeito ) que não fazem frente á equipes da série B do Campeonato Brasileiro, tamanha é o equilíbrio das equipes que a disputam.

No Sul, mais especificamente em Porto Alegre, tanto a Federação Gaúcha quanto os torcedores já sabem até que Inter e Grêmio começam a reservar restaurantes para comemorar o título conquistado e só não sabem em que campo será pois a disputa se resume á ambos e a única preocupação é saber qual será o palco da "grande" final seja no Beira Rio ou no Olímpico.

Belo Horizonte não fica atrás do Sul onde Cruzeiro e Atlético começam a abrir espaço nas salas de troféus sabendo que o caneco vai parar nas mãos ou da Raposa ou do Galo.

Bahia e Vitória disputam mais jogos valendo títulos que aposentado jogando dama em praça do interior e são outros dois que tem data marcada para a final todo ano do campeonato baiano, tamanha é a previsibilidade do torneio.

Aliás, no Norte Nordeste pouco se muda em comparação ao Sul e Sudeste quando o assunto é Campeonato Estadual.

Claro que muitos se perguntam : Poxa Lima, se acabarem com os campeonatos regionais o que serão dos chamados clubes pequenos ?
Acredito que a existência de um campeonato paralelo valendo vaga ao campeão e ao vice para alguma divisão de Nacional, motivaria os pequenos clubes os movimentando pelo menos por alguns meses que é justamente o tempo de disputa dos estaduais onde ficam em evidência como acontece atualmente.

O grande problema é justamente a ganância dos dirigentes e Federações que achacam o grandes os obrigando a disputar com os pequenos e aí que a coisa aperta á começar pelas cotas distribuídas e muito mal distribuídas diga-se de passagem.

Evidente que um Corinthians, Santos, São Paulo e Palmeiras não podem receber quantias menores ou iguais aos demais, mas o que se vê é uma discrepância muito grande para o segundo escalão onde Portuguesa, Ponte Preta, Guarani por exemplo ficam "minguando"esperando que as bilheterias os salvem dos inevitáveis fracassos que surgirão, caso não façam boa campanha atraindo público que podem salvá-los financeiramente ou pelo menos "aliviar" um pouco o sofrimento econômico de cada um deles.

Se falei de Portuguesa, Ponte Preta e Guarani, o que pensar de outros como Comercial e Botafogo que assim como o derby Campineiro, fazem clássicos de arrepiar em Ribeirão Preto e mesmo assim não conseguem maior atenção por parte dos dirigentes e televisões.
O "resto" é tratado como "resto" mesmo como é o caso dos demais participantes e ficam á mercê de boas campanhas para quem sabe chamar a atenção e assim pode faturar um pouco mais ao longo da competição que é tida e vista como a mais importante competição Regional do pais.

Não cabe hoje no futebol profissional pessoas com pensamentos tacanhos e dirigentes arcaicos que não conseguem sentar á mesa e estabelecerem não o fim dos estaduais, mas uma solução que motive á todos e o que é melhor, que não façam desaparecer clubes tradicionais principalmente do interior de cada estado, reconhecendo o valor que eles representam para cada um de seus torcedores amantes e orgulhosos das cidades onde nasceram e são representados.

Mas aí já é pedir muito pois cada dirigente pensa em si só e que se danem os outros.
Grande aqui no Brasil é tratado como grande e pequeno que se ferre e tente virar grande na visão dos nefastos e corruptos que comandam o futebol que dizem ser "profissional".

Na década de 50 e 60 os Clubes brasileiros faziam excursões pela Europa ( em especial Santos e Botafogo ) e eram respeitadíssimos.
O Palmeiras ia á Espanha e era temido trazendo na bagagem os troféus Tereza Herrera e Ramón de Carranza todo ano para desespero dos Espanhóis que hoje deitam e rolam.
Os dólares ajudavam e muito nas despesas e pagamentos de salários dos grandes jogadores que tinham cotas maiores por serem "estrelas" como os casos de Pelé, Garrincha, Amarildo, e outros tantos famosos da época.

Hoje em dia pra se ter uma ideia o Palmeiras receberá sábado o Ajax da Holanda no Pacaembu para um amistoso e em seu próprio centro de treinamento é obrigado á ouvir do treinador adversário que desconhece o futebol brasileiro e muito menos á quem irá enfrentar.

Ouvir isso de Holandês pra mim é o fim de carreira já que eles não ganharam absolutamente nada em termos de seleção apesar que volta e meia se destaquem em copas do mundo como em 74, 78 e recentemente em 2010 conquistando por 3 vezes o vice campeonato.

Dizer que não conhecem o futebol brasileiro para mim é uma ofensa, mas ao mesmo tempo é bom pra ver se "acorda" essa cambada de safados que se apoderaram das cadeiras do poder e não levantam nem por decreto, sujando cada vez mais e manchando á cada dia nossa história conquistada com muito suor no passado.

Se hoje somos a sexta força do futebol mundial, devemos isso á incompetência desses nefastos dirigentes que sequer sabem elaborar um calendário decente se adequando á realidade vivida por todos.

Voltando aos regionais que acabei dando uma volta enorme por conta da emoção, acho que tem sim uma forma de se agradar á todos fazendo com que não desapareçam aqueles clubes que fizeram história no futebol de cada estado.
Basta ter coragem e acima de tudo vontade para se mudar as coisas que já estão viciadas á muito tempo aqui no Brasil e uma delas é o chamado "roubo". Isso mesmo... "roubo" onde o Robin Hood aqui em nosso pais é tratado como um otário já que dividia com os pobres tudo que subtraia dos mais abastados.
Aqui não... aqui nosso Robin Hood tem ódio mortal de gente pobre e quer distância quilométrica dessa raça que o incomoda tanto.

A continuar assim, seremos mesmo meros coadjuvantes ainda que a próxima Copa do Mundo seja disputada aqui em nosso pais já que a cabeça dos dirigentes está mais voltada para outras coisas como por exemplo.... interesses próprios .

Estamos batendo palmas para a Espanha que solta aos quatro cantos do planeta que "aprendeu" tudo com a seleção brasileira quando era uma seleção brasileira de verdade e não esse punhado de atletas que mal se conhecem e de vez em quando são reunidos para um bate bola sem compromisso algum e total falta de comprometimento com a camisa de seu pais.

Acabar com o que é bom "eles" sabem mais que ninguém portanto, não se espantem se resolverem jogar na lata do lixo clubes tradicionais de cada estado que tanto fizeram pelo e para o futebol brasileiro e que segundo nossos "magníficos" dirigentes não dão retorno e são descartáveis na sua maneira de entender.

Enquanto estiver dando lucro, os regionais serão disputados como sempre foram, mas á partir do momento que perceberem que já não cabe mais em calendários, eles serão extintos e cada um irá se virar como pode já que se depender das Federações e da CBF... Todos estarão " Mortos "






Grande abraço e até a próxima.

4 comentários:

sônia disse...

Marcello excelente matéria.
mas acho que não dá pracomparar o campeonato paulista com o carioca.
porque o paulista é mais difícil e
disputado do que o carioca. e contráriando muitos sem que o paulista não leva a lugar algum mas eu gosto. Bjsss

Alexandre Marques disse...

Salve, Marcello!

Cara, realmente os estaduais pederam seu glamour, seu brilho, sua força, muito por conta da falta de organização, de um calendário que consiga adequar essa competição, que ao meu ver, é de suma importância para fomentar o futebol pelo interior do país. Além disso, os times pequenos, necessitam de um profissionalização urgente, a grana dos estaduais é importantíssima para isso.

Penso que já restou claro que sou contra o fim dos estaduais. Outra coisa que sempre me pego pensando é que os estaduais, como forma de preparação dos grandes para os campeonatos seguintes, deveria ser disputado muito mais no interior, do que na Capital, tipo excursões dos grandes pelo interior, com certeza de estádios lotados, com a possibilidade de aproximar os jogadores nesta "pré-temporada", deixando para a capital os clássicos. Claro, isso é fácil para mim, mas penso que os torcedores do interior nem sempre tem a possibilidade de assistir ao seu time de coração e, mesmo quando os rivais vierem, o torcedor irá ao campo. Essa semana vou comprar meu ingresso para XV e Santos, para torcer pelo XV claro rs. Para não ser injusto com os times da capital, a renda poderia ser meio a meio.

Acabar com os estaduais, seria um duro golpe nos times pequenos, e é de muitos deles que acabam saindo bons jogadores. Adequação de calendário e profissionalização do futebol do interior acho que seriam a solução para esse impasse.

Abraço e parabéns por abordar esse tema.

Para um time grande, uma torcida de time grande, hoje o Paulistão é Paulistinha (e é mesmo), mas para o time pequeno, pode significar a glória, pode significar a continuidade de um trabalho, pode significar mais jovens jogando bola na cidade do time e nas cidades vizinhas. Acabar com os estaduais, tornaria mais distante o sonho de muitos garotos.

Precisamos fomentar o esporte!

Roberto Correa disse...

Infelizmente os estaduais deixaram de ter a importância que teve até o final dos anos 90. Com a maldição dos empresários, as cidades também perderam a identificação com os clubes. Tem clubes que mudam de sede e cidade como se muda de cueca. O campeonato paulista deveria ser disputado na primeira fase pelos pequenos. Os grandes entrando em uma segunda fase com menos times e jogos.

Fernando (Recife-PE) disse...

Pessoal,

A culpa dessa quantidade de times e regulamentos não é da CBF e sim das federações. A CBF apenas destina 23 datas em seu calendário para que os estaduais possam ser realizados. Cabe então as federações elaborarem regulamentos que deixem os torneios cada vez mais atrativos.